domingo, junho 18, 2006

Centro de Diálise há três meses à espera da Certiel

Tal como refere a notícia "é um verdadeiro escândalo" e não é para menos. Triste país de burocracias e burocratas e os doentes necessitando de fazer a diálise, continuam as suas estúpidas viagens para cidades distantes, procurando melhores condições de vida e um Centro de Diálise por iniciar a sua actividade aqui tão perto.

Em seguida reproduzo a notícia publicada em 15-06-2006 pelo "Jornal do Fundão".

"Não constitui exagero classificar de escândalo o que se passa com o Centro de Diálise da Covilhã, uma obra de grande transcendência para a cidade e uma região carenciados deste tipo de equipamento da saúde e que, por isso, desde há muitos anos se debatem pela sua criação.

Vá lá saber-se porquê (o JF tentou mas ainda não conseguiu), a Certiel – Associação Certificadora de Instalações Eléctricas, ainda não deu qualquer resposta ao pedido da empresa proprietária do Centro de Diálise, a Iberoimagem, para realizar a vistoria e a certificação da instalação eléctrica do edifício. E já lá vão três meses! O pior é que o impasse – injustificável em qualquer situação mas muito mais quando está em causa um equipamento considerado vital para a saúde de centenas de pessoas – está a originar graves prejuízos que têm a ver, principalmente, com o atraso na abertura de uma obra tão importante que já está concluída e equipada.

Face à impossibilidade de contactar o director clínico do Centro de Diálise e sócio da empresa, Ernesto Rocha, o “JF” contactou outro dos responsáveis da Ibero-imagem, Brito Rocha, que nos confirmou a lamentável história. “Desde Março que enviámos todos os documentos necessários e até hoje ainda ninguém foi vistoriar a instalação eléctrica do Centro”. E como a Certiel, pelos vistos, não ata nem desata, a empresa, a cidade e, principalmente os doentes, estão à beira de um ataque de nervos devido a uma demora que deixa transparecer desleixo e incompetência.

Convém recordar, a propósito, que o Centro de Diálise, um investimento de cerca de cinco milhões de euros (um milhão de contos) da “Iberoimagem”, de três clínicos da região – Ernesto Rocha, Brito Rocha e Fernando Jorge – irá terminar com o drama de mais de uma centena de doentes renais da Cova da Beira que diariamente se debatem com incómodas e custosas viagens para a Guarda, Castelo Branco e, por vezes, a Abrantes e Coimbra, para receber assistência.

Como é possível que depois de três meses a vistoria continue por fazer e nem sequer haja uma justificação para tamanho atraso? Desiludido, Brito Rocha afirma que “esta situação é incompreensível, sabendo a Certiel que se trata de uma unidade de saúde de hemodiálise que faz imensa falta à região”. Além disso, sublinha, o próprio Estado “está a suportar encargos brutais com a deslocação dos doentes”. Enquanto a Certiel não realizar a certificação da electricidade, o Centro não pode avançar com a ligação das águas. Um processo que Brito Rocha diz que será breve porque o presidente da Câmara tem evidenciado o maior interesse pela abertura da obra. Numa primeira fase o Centro atenderá 107 doentes e vai abrir já com lista de espera".

«O bloco de partos deve ficar na Covilhã»


Trata-se de um extracto de uma entrevista concedida pelo Dr. Vitor Pereira e publicada no semanário "Jornal do Fundão" de 15-06-2006.

Pela minha parte nem sequer comento porque a entrevista vale o que vale e nada mais. Toda a gente sabe quem é o Partido Socialista na cidade e no concelho. E os homens do "aparelho" onde entram eles? Neste momento estão bem ocupados, mas responda quem souber.



- Há quem diga que teve o mérito de acabar com alguns “velhos do Restelo”...

- O PS da Covilhã não difere muito de outros a nível nacional. É um partido muito aberto. Sou dos que defendem que os partidos são os grandes interlocutores entre a sociedade e o Estado. Os partidos com estas características têm, de facto, pessoas que nem sempre rumam para o mesmo lado.


- Houve necessidade de rejuvenescer o PS?

A aposta tem de ser, sobretudo, direccionada para os jovens e é isso que temos feito. Deles depende a sobrevivência do partido e, no fundo, da própria sociedade civil. O PS da Covilhã tem uma série de quadros muito qualificados, gente nova com muita competência e categoria, alguns com projecção nacional.

- Ou seja, conseguiu tirar o PS do marasmo?

- Penso que o PS terá melhorado um pouco mas não o suficiente. Precisa ainda de trilhar outros caminhos. Numa cidade universitária como a Covilhã, onde já vamos tendo uma elite pensante, o PS tem de atrair para o seu seio essa mesma elite. Toda a gente é bem vinda mas os partidos precisam de pessoas que pensem, que vêem o futuro por outra óptica.

- Foi recentemente reeleito para a concelhia. Que projectos para o novo mandato?

- Para além dessa grande ambição de enriquecer a direcção do partido com novos quadros entendemos que o partido não pode fechar-se na sede, que deve estar presente nas freguesias. Essa é a grande batalha. O partido é que tem de ir ter com as pessoas. Só dessa forma o PS estará suficientemente habilitado a conquistar a Câmara e a trabalhar em prol das grandes causas do concelho.
(...)

- Entre essas causas está a das maternidades?

- O Governo andou bem ao pugnar para que se criem blocos de parto de excelência e, no caso da região, entendeu que seria o Centro Hospitalar da Beira Interior a decidir. Confio no alto critério e na sabedoria dos médicos e dos administradores dos hospitais. A escolha não vai ser fácil mas digo de forma muito desassombrada que o bloco de partos do Centro Hospitalar da Cova da Beira, do ponto de vista objectivo e científico é, porventura, o que reúne melhores condições. Acresce ainda que está junto de um hospital universitário, onde existe um centro de reprodução humana genética. Aceitarei sempre de forma democrática e ordeira a decisão que vier a ser tomada mas a minha opinião, sem bairrismos e baseada em factos objectivos, é que o bloco de partos deve ficar na Covilhã.

domingo, junho 11, 2006

Conciliar trabalho e família


Covilhã: Centro vai ajudar pessoas com fracos recursos e horários laborais atípicos.
A Covilhã vai dispor de um espaço destinado a ajudar famílias carenciadas e com horários laborais pouco usuais. A Casa do Tempo, orçada em 500 mil euros, vai ter espaços para cuidar de crianças e idosos, e ainda uma secção que cuida das tarefas domésticas. A associação Beira Serra vai abrir um espaço na Covilhã para ajudar famílias carenciadas e com horários laborais atípicos a cuidar de crianças e idosos e a realizar tarefas domésticas. “Os pais vão poder deixar as crianças na Casa do Tempo, ir buscá-las ao fim do dia e levar para casa uma sopa ou roupa passada a ferro”, exemplifica a coordenadora da associação, Graça Rojão. O espaço, designado de Casa do Tempo, está orçado em 500 mil euros, inclui a remodelação e equipamentos a instalar numa vivenda e está integrado no projecto COMpasso, co-financiado pela iniciativa comunitária E-Qual. O projecto tem como objectivo facilitar a conciliação entre a vida familiar e profissional dos utentes e resulta da parceria entre a Câmara da Covilhã, Universidade da Beira Interior, União de Sindicatos/CGTP, Núcleo Empresarial da Região de Castelo Branco e entidades estatais. “Na Casa do Tempo as famílias vão dispor de actividades de tempos livres para idosos e crianças, serviço de refeições e tarefas domésticas”, explica Graça Rojão. As famílias com horários atípicos e menores capacidades financeiras são os principais alvos do projecto. Haverá ainda espaços multimédia e de estudo acompanhado, entre outras valências e actividades que estão a ser estudadas, como é caso de ateliers ocupacionais para idosos. Segundo Graça Rojão, o projecto de requalificação do edifício está feito e “as obras de remodelação devem começar durante o Verão”. Para além de técnicos especializados em cada área, o projecto contará com a prestação da rede de voluntariado que a Beira Serra constituiu ao longo dos últimos anos na Covilhã. A rede conta com a participação de 75 voluntários e já prestou mais de 1.800 serviços de apoio a famílias e instituições. O projecto COMpasso prevê ainda a realização de acções de formação para empresários com modelos flexíveis de trabalho.

Autarquias sem controlo

A Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT), organismo governamental que tem por objectivo fiscalizar as autarquias locais, está sem dinheiro e sem meios humanos para desempenhar as funções que lhe são atribuídas. Esta é uma ideia reiteradamente referida no relatório de actividades de 2005.

A própria Lei Orgânica que rege a actividade da IGAT (que data de 1987) está completamente desadequada da actual realidade autárquica e é propícia à adopção de comportamentos menos legítimos por parte de presidentes de Câmaras e Juntas de Freguesia, ou vereadores.

Um dos objectivos definidos na Lei é a realização de uma inspecção a cada município no período normal de cada mandato. No entanto, segundo apurou o CM junto de fontes da IGAT, “no plano de actividades existem Câmaras contempladas, cuja última inspecção remonta a 1997”. Outro aspecto da insuficiência de meios da IGAT está no facto de os 13 novos inspectores estagiários, que integraram os quadros daquele organismo de fiscalização, só terem começado a participar em operações no terreno “em Abril” por falta de dinheiro.

Apesar dos “constrangimentos de natureza orçamental” referidos no documento, a IGAT iniciou o ano passado 33 novas inspecções, nomeadamente nos concelhos de Leiria, Sabugal, Montalegre, Covilhã e Porto. Transitaram para este ano 50 acções inspectivas, que estavam já a decorrer nos concelhos de Elvas, Grândola, Silves e Castelo Branco, entre outras.

Estas inspecções, tal como a realização de inquéritos, são definidas pelo Plano de Actividades e têm como objectivo fiscalizar a actividade de alguns dos órgãos autárquicos entre os 278 municípios e as 4249 freguesias.

Desta actividade, resultou em 2005 perda de quatro mandatos autárquicos aceites pela tutela, dos seis recomendados. Trata-se da mais grave sanção recomendada por aquela inspecção dependente da Presidência do Conselho de Ministros, que enviou ainda 40 processos para o Ministério Público devido a irregularidades.Para além das inspecções e inquéritos realizados junto das autarquias, e juntas de freguesia, a inspecção investiga a partir de queixas que recebe.

No ano passado chegaram às 543, de acordo com o relatório. Aliás, o facto dos cidadãos recorrerem cada vez mais à IGAT apresentando queixas relativas ao funcionamento dos órgãos e serviços das autarquias locais, levou a que fossem definidos, a partir de 2004, os critérios a seguir a partir das denúncias. A todas, de acordo com o relatório de actividades, é dado “ adequado tratamento interno” de forma a avaliar-se “objectivamente sobre o fundamento da denúncia”.E a avaliar pelo número de processos que foram remetidos ao Ministério Público, em muitos casos os queixosos têm razão. Com efeito, a IGAT enviou para o Ministério Público, em 2005, 21 participações para os tribunais administrativos e fiscais e 19 deram origem a participações efectuadas ao MP junto dos Tribunais Judiciais. Para o Tribunal de Contas foi enviado apenas um processo para apuramento de eventual responsabilidade financeira.

http://www.correiomanha.pt/ - 11-06-2006